terça-feira, 13 de dezembro de 2005

Carta de um filho...

Já lá vão cerca de 15 anos q li esta carta (ainda não está desatualizada, apesar destes anos todos). Hoje leia de modo diferente. Hoje mais do q a ler partilho-a, c/ a esperança de contribuir na permanente construção de um mundo melhor.

Sinto muito, meu pai, que este diálogo seja o último que tenho consigo. Sinto muito…
Sabe pai… está ainda a tempo do senhor saber a verdade, que nunca soube.
Vou ser breve e claro. A «DROGA» matou-me pai.
Travei conhecimento com a minha assassina, aos quinze anos de idade, é horrível, não é pai?...
Sabe como começamos nisso? Através de um senhor elegantemente vestido, que nos apresentou à nossa futura assassina; a «DROGA». Eu tentei, tentei mesmo, recusar, mas o cidadão mexeu com o meu brio, dizendo que eu não era homem.
Ingressei no mundo da «DROGA».
No começo foram as tonturas; depois fantásticos sonhos, a seguir a escuridão. Não fazia nada sem que a droga estivesse presente. Depois foi a falta de ar, o medo, as alucinações, logo após o pico da euforia, novamente.
Eu sentia-me mais gente do que os outros, é a «DROGA», minha inesquecível, sorria.
Sabe, pai, a gente começa com a «DROGA», acha tudo ridículo e engraçado. Até mesmo Deus eu achava ridículo, e hoje, neste hospital, eu reconheço que Deus é o ser mais importante do mundo. Pai, o senhor não pode acreditar, mas a vida de um tóxico é terrível. A gente sente-se dilacerado por dentro. É tão terrível, que todo o jovem deve saber para não entrar nessa. Já não posso dar três passos, sem me cansar. Os médicos dizem que vou ficar bom, curado, mas quando saem do quarto, balançam com a cabeça.
Pai eu só tenho dezanove anos, e sei que não tenho a menor “chance” de viver.
É MUITO TARDE PARA MIM PAI; TENHO UM ÚLTIMO PEDIDO A FAZER-LHE:
- Diga a todos os jovens que o senhor conhece, em cada porta da escola, na faculdade, nas fábricas ou em qualquer outro lugar, que há sempre um homem elegantemente vestido e bem falante que irá mostrar-lhes a futura assassina, as destruidoras das suas vidas. O que os levará à loucura e à morte, como a mim. Perdoa-me por tanto fazer sofrer, pelas minhas loucuras.
(esta carta foi escrita por um estudante viciado em droga, poucas horas antes de morrer)

4 comentários:

Noa disse...

Oi Síl, td bem? Já estava coms saudade dos teus posts.
É muito difícil entender como as pessoas podem se viciar em algo que faz tão mal. Pra mim é muito difícil entender isso.

Bjs

Unknown disse...

Pois esta não foi a melhor altura para eu ler esta carta , pois j´s tenho um irmão debaixo da terra por essa desgraça e tenho outro nesses caminhos. Beijos

Anónimo disse...

De facto é penoso como é que ainda hoje coisas destas acontecem...

BENFICA!!!!!!! :) Abraço numenesse

Anónimo disse...

:( Como doi ler estas palavras! Infelizmente é a Droga!
Gostei de voltar a vir aqui ao teu cantinho. Beijinho*